Quando você doa, nós recebemos muito mais do que dinheiro

Elissa Fichtler • mar. 18, 2024

Por Joana Lee Ribeiro Mortari, diretora da Associação Acorde, Membro do Comitê Coordenador do Movimento por uma Cultura de Doação e fundadora da Philó Práticas Filantrópicas.

O povo brasileiro é solidário e empático por natureza, fato este que, além de ser perceptível e ter ficado bem evidenciado durante a pandemia, é comprovado por pesquisas. Ainda assim, estamos longe do nosso potencial de doação, tanto da feita diretamente para organizações da sociedade civil como do direcionamento de imposto de renda, que começa agora.


A pesquisa Doação Brasil coloca a mediana de doação brasileira em R$ 25,00 por mês. Isto significa que se fizermos uma rápida projeção de um cenário em que toda a população adulta e economicamente ativa fizesse doações diretas, ou seja, sem contar o direcionamento de imposto, poderíamos esperar um volume muito maior de doações individuais no país do que os atuais 12,8 bilhões de reais.

 

E não é um sonho utópico, o crescimento é não apenas desejável, mas possível, uma vez que o no Brasil, diferentemente de outros países, as matérias-primas da doação estão todas presentes: solidariedade, empatia, riqueza. Quais são os entraves para que as transformemos neste potencial doador?


Uma compreensão mais ampla do que o setor social faz e da importância da doação como meio legítimo de financiamento desta potência, bem como a superação de traumas do passado, do medo de errar e o estabelecimento de relações de confiança.


Mesmo para causas populares entre os brasileiros, como a educação, é um desafio conquistar e manter uma rede de doadores individuais, e é também essencial. Uma rede de doadores individuais é mais do que o dinheiro que flui para a Acorde, que em si já seria suficientemente importante, mas a validação do trabalho que acompanha tal apoio. Traz segurança financeira, permite que consigamos fazer planejamentos de longo prazo e, o mais essencial, nos dá liberdade de alterar projetos e programas conforme as necessidades das criança e jovens vão organicamente mudando.


Com uma rede de doadores individuais somos mais fortes, mais eficazes em nosso trabalho, e dormimos mais tranquilos a noite sabendo que não estamos sozinhos.


Que o que fazemos é importante.





Foto: Acervo da Acorde


Texto publicado originalmente, mo LinkedIn da Acorde neste link.


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18 abr., 2024
Texto escrito por Dafner Vida, Coordenadora dos Programas Socioeducacionais da Acorde
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